Question: “Por quem Jesus morreu? Morreu Jesus por todos?”
Resposta: Exactamente por quem Jesus morreu é um ponto de discórdia teológica entre os crentes evangélicos da Bíblia. Alguns cristãos acreditam que Jesus morreu apenas pelos eleitos; esta é a doutrina da expiação limitada, a L na TULIPA do Calvinismo. Outros cristãos acreditam que Jesus morreu por todos que têm ou viverão; esta é a doutrina da expiação ilimitada, mantida pelos arminianos e pela maioria dos calvinistas de quatro pontos, ou amirradianos.
Expiação limitada, às vezes chamada de redenção particular, é baseada na doutrina da eleição ou predestinação (Romanos 8:30, 33; Tito 1:1). Como somente os eleitos de Deus serão salvos, o raciocínio vai, Jesus deve ter morrido somente por eles. Caso contrário, a morte de Jesus “falhou” aqueles que não são eleitos. Se Jesus morreu por todos, então o inferno estará cheio de pessoas pelas quais Jesus morreu – a Sua expiação foi insuficiente? Se Jesus morreu apenas pelos eleitos, então a Sua expiação cumpriu perfeitamente o seu objetivo. Cada pessoa por quem Jesus morreu estará no céu.
Expiação ilimitada, por outro lado, diz que Jesus morreu por todos, mas que somente aqueles que responderem com fé colherão os benefícios do Seu sacrifício. Em outras palavras, a morte de Jesus foi suficiente para todos, mas somente efetiva para alguns (aqueles que têm fé). Se Jesus não morreu por todos, o raciocínio vai, então a oferta de salvação é vazia, porque os não-eleitos não podem ser salvos. O ensino da expiação ilimitada é baseado em versículos como 1 João 2:2, “Ele é o sacrifício expiatório pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro”
Precisar o pensamento teológico é uma coisa boa. Somos chamados a ser estudantes da Palavra (2 Timóteo 2:15). Mas neste ponto, parece que a maioria das pessoas segue um sistema teológico para chegar à sua resposta, ao invés da clara Palavra de Deus. Se não fosse pelos sistemas teológicos (a saber, Calvinismo e Arminianismo), a questão de por quem Jesus morreu provavelmente nunca viria à tona – mas veio à tona! Um dos lados diz que, se Cristo não morreu por todos, então não pode haver oferta genuína de salvação. O outro lado diz que, se Cristo morreu por alguns que nunca serão salvos, então Sua morte em algum sentido falha em cumprir seu propósito. De qualquer forma, parece haver um ataque ao caráter de Deus ou à obra de Cristo – ou o amor de Deus é limitado ou o poder de Jesus é limitado. Isto apresenta um dilema desnecessário e cria uma tensão onde nenhuma necessidade existe. Sabemos que o amor de Deus é infinito (Salmo 107,1) e que o poder de Cristo é infinito (Colossenses 1,16-17). O dilema é um falso de nossa própria criação.
Em suma, a oferta de salvação é universal – para todos os que acreditarem (Romanos 10:11, 13). Nós também sabemos que, independentemente de quão ampla é a expiação de Cristo, ela é limitada em algum aspecto – ela é efetiva apenas para aqueles que acreditam (João 3:18).
João 10 fornece mais discernimento sobre a questão por quem Jesus morreu. Nessa passagem vemos que Cristo morreu pelas Suas ovelhas (João 10:11, 15). Também, todos que são Suas ovelhas virão a Ele (versículos 4 e 27), e são mantidos seguros em Cristo (versículos 28-30). Entretanto, quando compartilhamos o evangelho, não tentamos “pré-testar” os ouvintes da mensagem. Não nos aprofundamos em quem são os eleitos ou por quem Jesus pode ou não ter morrido. Essas discussões distrairiam do objetivo do evangelismo. Ao apresentar o evangelho, simplesmente dizemos: “Jesus morreu pelo teu pecado, e ressuscitou dos mortos”. Sua morte é suficiente para pagar por seus pecados, se você colocar sua fé nEle”. Esta é uma afirmação biblicamente correta, e evita tentar ser muito específica. A pregação dos apóstolos no Novo Testamento não tenta cortá-la mais finamente do que isso.