Este é um estudo clínico, prospectivo e longitudinal comparando a eficácia e incidência de efeitos adversos da isotretinoína tópica contra os do ácido retinóico tópico no tratamento da acne vulgaris. Os 30 participantes foram recrutados nos pacientes atendidos no ambulatório do Departamento de Dermatologia do Hospital Geral “Dr Manuel Gea González”, na Cidade do México. Pertenciam a ambos os sexos e a qualquer raça, suas idades variavam entre 13 e 30 anos, e apresentavam de 15 a 100 lesões inflamatórias faciais (papulopústulas) e/ou 15 a 100 lesões não inflamatórias (comedões) e não mais de três lesões nodulo-císticas. Os critérios de exclusão foram os seguintes: gravidez ou lactação, tratamento sistêmico com esteróides, antibióticos, antiandrogênicos ou retinóides orais nos 24 meses anteriores, tratamento com radiação ultravioleta, hipersensibilidade aos retinóides ou doença sistêmica grave. De 44 pacientes entrevistados, 14 foram excluídos. Um histórico clínico detalhado foi obtido dos demais indivíduos, o grau de seborréia foi registrado, e lesões acneicas foram contadas. Cada paciente recebeu gel de isotretinoína 0,05% ou creme de ácido retinóico 0,05%. Os pacientes foram instruídos a lavar o rosto de manhã e à noite com um sabonete neutro, e a aplicar o produto após a limpeza noturna. Os pacientes foram examinados novamente após 2, 4, 8 e 12 semanas de tratamento e, a cada consulta, o número de lesões foi registrado e a gravidade da acne foi classificada de acordo com a classificação de Plewig e Kligman. A gravidade dos efeitos adversos, como picada, prurido, eritema, xerose e descamação, foi avaliada cegamente por um investigador que não sabia a que grupo pertencia o paciente, e classificada como 1 = leve, 2 = moderada, e 3 = grave. A eficácia de cada droga foi determinada pela redução do número de lesões entre as semanas 0 e 12 de tratamento. Uma excelente resposta correspondeu a uma redução de 76%-100% das lesões, uma boa resposta a uma redução de 51%-75%, uma resposta justa a uma redução de 26%-50% e uma resposta fraca a uma redução de 0%-25%. Os resultados foram analisados estatisticamente usando o teste do qui-quadrado, o teste exato de Fisher e o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney. As alterações no número de lesões entre as semanas 0 e 12 foram analisadas separadamente para cada grupo de tratamento, e o nível de significância estatística foi fixado em 0,05. A análise foi realizada com o auxílio de um programa Stat, versão 4.0.
Resultados: Os pacientes foram atribuídos aleatoriamente ao Grupo I (isotretinoína) ou ao Grupo II (ácido retinóico). Cada grupo foi composto por 15 indivíduos e, por coincidência, em cada grupo havia nove mulheres e seis homens. As diferenças clínicas entre os grupos na primeira visita não foram estatisticamente significativas. Em ambos os grupos, houve, em geral, uma boa resposta ao tratamento (Fig. 1). Ambos os medicamentos tiveram um grau de eficácia semelhante nas lesões inflamatórias. Na primeira consulta, predominaram os graus III e IV, enquanto que, após 12 semanas de tratamento, a maioria dos pacientes foi classificada nos graus I ou II (Fig. 2). Resultados semelhantes foram observados em relação às lesões não-inflamatórias (Fig. 3). Dez dos pacientes do Grupo II queixaram-se de picadas associadas ao tratamento, especialmente nas semanas 8 e 12, assim como eritema e descamação na 12ª semana. O eritema e a picada duraram minutos ou horas, enquanto que a descamação persistiu por vários dias. Sete indivíduos que receberam isotretinoína mencionaram irritação, que foi de grau moderado.