Uma nova espécie de dinossauro descoberta pelos paleontólogos no Brasil pode não parecer muito, os fósseis sugerem que era um comedor de carne do tamanho de uma galinha, mas sua estatura insignificante pode ter desmentido uma abundância de balanços. A radiografia do fóssil revelou uma auréola de saliências fantasiosas em torno de seus ossos, que os pesquisadores dizem que pode ter aparecido em exibições de acasalamento gaudy rivalizando com pavões modernos e aves do paraíso, relata Will Dunham para a Reuters.
Escrito na revista Cretaceous Research, os pesquisadores descrevem adornos incluindo uma crina de proto-peças potencialmente coloridas correndo pelo pescoço e costas, e, o mais estranho de tudo, duas estruturas rígidas, parecidas com fitas, saltando quase seis polegadas de cada ombro, relata Karina Shah para New Scientist.
“Estas estruturas são realmente elaboradas; elas fizeram este animal parecer bastante espetacular, assim como uma ave do paraíso parece espetacular”, diz David Martill, um paleontólogo da Universidade de Portsmouth e co-autor do novo estudo, a John Pickrell of Science News. “Quando as aves têm este tipo de penas, elas fazem todo tipo de danças e exibições chiques, então este dinossauro parece ter sido um pouco exibicionista”
Pesquisadores encontraram a nova espécie no calcário da Formação do Crato no nordeste do Brasil. Eles a chamaram de Ubirajara jubatus, que deriva de uma palavra indígena local na língua tupi que significa “senhor da lança”, e jubatis que vem da palavra latina para “maned” ou “crested”, por Science News. Ubirajara jubatus viveu durante o Cretáceo, há cerca de 110 milhões de anos, e enquanto seus restos mortais apareceram no Brasil de hoje, o continente nativo da criatura em vida teria sido Gondwana-um mash-up tectônico da América do Sul, África, Índia, Antártida e Austrália, por New Scientist.
Esta decoração vistosa da crina e dos ombros do dinossauro foi descoberta por pesquisadores dando uma segunda olhada em um fóssil de décadas usando raios X digitais de alta resolução, relata George Dvorsky para Gizmodo. Os pesquisadores dizem que tanto a crina quanto as fitas de ombro foram feitas de queratina proteica, que também compõe cabelos, unhas e penas de pássaros.
“As estruturas parecidas com fitas são diferentes de qualquer coisa que já vimos antes. Elas são alongadas e planas, com uma crista ao longo do seu comprimento que provavelmente fortaleceu as estruturas”, diz Robert Smyth, paleontólogo da Universidade de Portsmouth e o primeiro autor do artigo, a Gizmodo. “Filamentos semelhantes são conhecidos em outros dinossauros, mas nenhum é tão grande em comparação ao tamanho do animal”
A crina era composta de filamentos esbeltos que chegavam a quatro polegadas de comprimento em lugares, segundo a New Scientist.
“Provavelmente de longe parecia mais peludo do que de penas”, diz Martill à Reuters. “É provável que tenha tido proto-pêlos em grande parte do corpo, mas eles só são preservados ao longo do pescoço, costas e braços”. Os das costas são muito longos e dão-lhe uma espécie de crina única para os dinossauros”. Martill acrescenta que ele acha que isto também pode ter sido bastante colorido.
De acordo com Science News, este espécime é a primeira evidência direta de um dinossauro com estruturas semelhantes a penas encontradas no hemisfério sul e sugere que o uso de penas em exposição pode ter antigas raízes evolutivas dentro de um grupo de dinossauros carnívoros chamados de compsognáticos.
Falando com Science News, Max Langer, um paleontólogo da Universidade de São Paulo que não estava envolvido na pesquisa, observa que é lamentável que o fóssil tenha acabado na Alemanha ao invés do Brasil e que sua análise subseqüente ocorreu sem o envolvimento de pesquisadores brasileiros.
Science News relata que Martill e outro dos autores do trabalho adquiriram o fóssil do museu paleontológico na cidade brasileira de Crato com permissão das autoridades locais e o trouxeram para a Alemanha em 1995, onde ele tem estado desde então.