Há muito tempo que os ratos são culpados por espalhar a Morte Negra pela Europa no século XIV. Especificamente, os historiadores têm especulado que as pulgas em ratos são responsáveis pela estimativa de 25 milhões de mortes por peste entre 1347 e 1351.
No entanto, um novo estudo sugere que ratos não foram os principais portadores de pulgas e piolhos que espalharam a peste – foram humanos.
Num estudo publicado em janeiro de 2017 no Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores simularam surtos de Peste Negra em cidades européias para tentar entender como a peste foi espalhada. Em suas simulações, eles analisaram três possíveis modelos de infecção: ratos, transmissão aérea e pulgas e carrapatos que os humanos carregam consigo em seus corpos e roupas.
Na maioria das cidades, o modelo que se concentrou nas pulgas e carrapatos em humanos foi o modelo mais preciso para explicar a propagação da doença. O consenso parece ser que a peste se espalhou muito rápido para que os ratos fossem os portadores da doença.
“Seria improvável que se espalhasse tão rápido como se fosse transmitido por ratos”, disse Nils Stenseth, professor da Universidade de Oslo e co-autor do estudo de segunda-feira, à BBC News. “Teria que passar por este laço extra dos ratos, em vez de ser transmitido de pessoa para pessoa”
Não está claro de onde veio a crença de que os ratos espalharam a praga em primeiro lugar. Afinal, os pesquisadores escrevem que “há pouco apoio histórico e arqueológico para tal afirmação”. Por exemplo, se os ratos fossem realmente uma causa principal da peste, haveria mais evidências arqueológicas de ratos mortos.