Embora os aspectos esportivos do Jiu-Jitsu Brasileiro (BJJJ) sejam muito divertidos, é importante lembrar que em seu núcleo o BJJJ é um método para se proteger em uma situação de autodefesa. É importante reconhecer que existem diferenças entre como se deve lutar em um cenário esportivo e como se deve lutar em uma luta na vida real. A fim de destacar algumas dessas diferenças necessárias, elaboramos uma lista das melhores submissões a utilizar se você se encontrar em uma situação de autodefesa.
1) Guillotine Choke
Embora seja verdade que a maioria das lutas, seja em uma gaiola ou na rua, eventualmente irá para o chão, também é verdade que uma porcentagem ainda maior de lutas começa nos pés. É aqui que entra a nossa primeira submissão.
Muitas vezes descartada como uma “jogada de tipo forte”, a guilhotina não é estranha a ser mal compreendida. Só porque pode ser utilizado eficazmente mesmo pelos mais inexperientes, não significa que os mais experientes devam renunciar a ele. O estrangulamento da guilhotina é um estrangulamento incrivelmente poderoso que tem tido grande sucesso nas artes marciais mistas, no jiu-jitsu brasileiro e em situações de autodefesa. Este sucesso não se deve a uma vantagem de tamanho naqueles que o implementam, mas a uma compreensão fundamental da mecânica do porão.
Devido à crescente popularidade do MMA, é cada vez mais provável que, se você for atacado na rua, seu agressor esteja familiarizado com os aspectos de luta de garras. Se eles vão tentar acabar com você, você terá que estar preparado. É por isso que o estrangulamento da guilhotina é tão importante. Se alguém está a tentar atacar com um estrangulamento de duas ou uma perna, você está na posição perfeita para iniciar uma Guilhotina e terminar a luta rapidamente. Deve-se notar que a guilhotina não requer que você caia de volta na sua guarda. Ela pode ser aplicada em pé, mantendo a luta em pé e você fora de suas costas. Lembre-se, embora possa parecer que só é eficaz se estiver sendo aplicada por um indivíduo maior e mais forte, atletas como Uriah Faber e Marcelo Garcia mostraram que se aplicada corretamente o estrangulador de guilhotina pode ser igualmente eficaz a partir de um indivíduo menor.
2) Americana Shoulder Lock
Enquanto o antigo adágio do Jiu-Jitsu brasileiro de “posição antes da submissão” soa verdadeiro em pura competição de garras, ele é ainda mais importante em uma situação de auto-defesa. Enquanto você aprenderá como se defender adequadamente das suas costas no decorrer do seu treinamento de BJJ, isso não significa que você deva ser cúmplice em estar lá. Se você obtiver uma posição dominante, como montar ou controle lateral, você deve fazer tudo ao seu alcance para permanecer nessa posição, especialmente se você estiver em uma situação de auto-defesa. É por isso que o fecho de ombro Americana está na nossa lista de submissões obrigatórias para autodefesa.
Embora existam muitas boas opções de submissão da posição de montaria ou controle lateral, as melhores são aquelas que não o forçam a sacrificar a posição dominante em busca do porão, tal como a Americana. A Americana é implementada prendendo o pulso do agressor ao chão e atirando sua outra mão atrás do bíceps do adversário, agarrando seu próprio pulso. A partir daqui você pode aplicar torque no ombro, forçando a vítima a se submeter. Em nenhum momento essa submissão exige que você abandone a posição superior, ou mesmo que desmonte. Desta forma, se a tentativa de submissão falhar, você ainda estará na posição dominante muito cobiçada, permitindo que você lance golpes, tente outra submissão, ou simplesmente segure o atacante e espere por assistência.
3) Armbar
Quando se trata de auto-defesa, não há submissão mais versátil do que o armbar. Embora haja uma tendência a desconsiderar os movimentos “básicos” do Jiu-Jitsu brasileiro como apenas valiosos para iniciantes, o armbar é a prova de que este pensamento não poderia estar mais longe da verdade. Extremamente prevalente tanto na competição de BJJ puro quanto na competição de MMA, o armbar tem aplicações práticas que se estendem muito além do âmbito esportivo e no âmbito da autodefesa.
Existem duas situações em que um armbar poderia ser aplicado enquanto se defende, seja quando você está no topo em uma posição de montaria, ou de costas na guarda. Aplicar o armbar de ambas as posições deve ser praticado vigorosamente, pois são mecanicamente diferenciais.
A partir da posição de montagem, o armbar entrará em jogo quando o vilão estender ambos os braços numa tentativa de “apertar o banco” você fora dele. Como o objetivo de um braço é endireitar o braço do agressor e depois hiperextendê-lo, para que ele estenda o braço voluntariamente é um presente. É importante notar que, neste cenário, o braço não tem que ser perseguido imediatamente. Se a pessoa que o atacou tem uma vantagem significativa de peso e poder, pode ser benéfico ficar na posição de montada e aplicar um castigo e bater para desgastar antes de se mover para o porão de submissão.
O segundo cenário em que um armbar seria eficaz, e necessário, é quando você está de costas com um assaltante em cima de você e eles começam a alcançar seus braços em direção à sua cabeça. Há algumas razões pelas quais eles estariam fazendo isso, todos eles nefastos. Provavelmente eles estão tentando medir os olhos, segurá-lo em uma tentativa de aterrissar greves, ou enrolar suas mãos em torno de seu pescoço em uma tentativa de estrangular você. Como foi dito anteriormente, uma vez que o agressor tenha estendido o braço, esse é o momento perfeito para iniciar uma tentativa de armbar. Nesta situação, o agressor está tentando infligir danos ou estrangular você, então é imperativo mover-se rapidamente, contra-atacando com um armbar para se proteger.
O pensamento de uma situação de autodefesa no mundo real pode ser uma coisa assustadora. Embora o aspecto esportivo do Jiu-Jitsu brasileiro seja espetacularmente divertido, é importante lembrar porque a arte existe em primeiro lugar, como um método de se defender de um ataque. Ao aprender e aperfeiçoar estas três submissões, você terá tomado as medidas necessárias para se preparar para o pior cenário possível, um confronto no mundo real com um atacante.
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